quinta-feira, junho 21, 2007

Já há muito tempo que não encontrava um cantor que se exprimisse tão bem.Do ínicio ao fim do Undiscovered, são letras mágicas, cheias de tudo, sem lacunas, cheias de 23 anos, vazias de algo que queremos tanto agarrar e que foge como areia entre as mãos. Tudo aquilo que eu sinto. Diariamente. Uma vontade imensa de querer um turbilhão de coisas de sentir e querer reagir, que os pequenos pontos de cor candentes, construam um arco íris que não desapareça quando a chuva vai embora e este sol murcho insista tanto em ficar.
Agora é modice, sim é. Mas ele é fantástico. Apaixonava-me. És o maior James.



And I know that it's a wonderful world
But I cant feel it right now,
I thought I was doing well but I just want to cry now,
Well I know that its a wonderful world from the sky down to the sea,
but I can only see when you're here, here with me...

Foge!

Será que eu sou a única pessoa a quem aquele psicologo barato da Sic que fala sobre as criancinhas tira do sério? Aquela voz melosa...que se eu tivesse dentro do gabinetezinho dele era capaz de em menos de 5minutos estar a partir alguma coisa só para fazer barulho e nao ter de o ouvir. Mas que voz é aquela? Como é que ele consegue ter alguma credibilidade,que se lhe falam dois decíbeis acima, deve fazer xixi no boxerzinho criteriosamente escolhido pela mulherzinha nos saldos da Throtlleman. Pele de galinha,desde que pela primeira vez reparei mais nele pela altura da miúda austríaca em que só disse um monte de disparates. Até o António Saraiva da Boalhosa se deve expressar melhor.

sábado, junho 16, 2007

Marie...Marie...



I wanna be forgotten
And I don't wanna be reminded
He said, "please don't make this harder"
No, I won't yet
I wanna be beside her
She wanna be admired
I said, "please don't make this harder"
No, I won't yet...

segunda-feira, junho 11, 2007

...when you lose something you cannot replace....

Duas grandes perdas num espaço de 6 meses. Chega...
Se alguma coisa mudou em mim nestes últimos dois anos, terá sido certamente a minha propensão ao choro. Sempre fui uma verdadeira Madalena, agora sinto-me uma pessoa esquisita. Não sofro quando deveria sofrer. É totalmente idiota dizer isto porque não há o "dever sofrer". Sofre-se e ponto. Mas sinto-me tão mal... Como é que é possivel ficar comovida com uma merda de um filme de domingo a noite e não sentir nada quando ontem a tarde recebi a noticia que partiste???? Da velha conversa do "ser melhor assim"..."estavas triste"...etc. NAO COLA.
Porque não chorei eu com a tua perda? Porque escolhi vir eu para o Porto faltando hoje à tua despedida? Tu sabes o quanto eu gosto de ti, porque não consegui eu materializá-lo? Que se passa?... A TI que me conheces desde que nasci, a mim que sempre me gabaste a minha alegria de viver e que nao percebias porque não te apresentava o meu "cavalheiro", que me ensinaste que a velhice deve ser feita a rir, com muito telefone e novelas até à uma da manhã, a ti, que mesmo sozinha,vivias de casa cheia...Quantas pessoas terão a tua chave de casa? Nasceste e morreste a olhar para o mar. Quantos poderão ter o privilégio de viver 90 anos na mesma casa a 20 metros da areia...E as fotos, e o banquinho na janela da cozinha para "ver os banhistas"...O mar está mansinho...Olha o movimento que vai para a Figueira.... Até sempre Tia Celeste.

quarta-feira, junho 06, 2007


I wanna breathe that fire again.



Principalmente hoje...que é vespera de feriado, que está uma noite linda de copos com amigos e que a minha apreensão quanto a ti, cresce de dia para dia. Ao quadrado. Sei também, que se não for hoje, não será mais. Posso acrescentar : sabemos. Nenhum de nós sequer ousa falar sobre isso...
Queria tanto esta noite fazer raíz quadrada do quadrado e anular estes crescentes efeitos perversos...

sábado, junho 02, 2007

Too young too hold on...too old to just break free and run..


Era para ter publicado este post a semana passada, na data certa de 29 de Maio. Não vou dizer que o conheço desde miuda, porque nem sequer sou a maior fã, até porque odeio esse conceito...quando o comecei a ouvir, nem sequer sabia que ele tinha morrido e muito menos em 97. Aliás, a minha vida em 1997, resumia-se a muito pouco de interessante, talvez o único facto de destaque tenha sido ter-me vindo o periodo pela primeira vez naquele dia quente de sardinhada em casa da avó. Tava com uns calçoezinhos muito, muito curtos ( como agora se usa outra vez) xadrez azul bebé e brancos com uma tshirt azul turquesa justa, quase sem mamas, já com soutien.

Mas quando ouvi o Forget her, posso dizer que foi paixão instantânea..daí para Mojo Pin, Grace, entre muitas outras foi um saltinho e claro,... talvez Lover, you should've come over seja, das melhores composições que já se fizeram. Eu sou suspeita e por isso acho mais que justo que a biografia deste miúdo aqui esteja.

Gosto dele, porque deveria ser meio desiquilibrado, muito ao meu jeito...


O calendário marca o dia 29 de Maio de 1997. O cenário é a cidade de Memphis. Jeff Buckley e Keith Foti, amigo e roadie, caminham em direcção a um estúdio onde têm encontro marcado com a banda (que se encontra precisamente neste momento num avião em direcção à cidade no estado do Tennessee). Ao aperceberem-se que estão perdidos, os dois decidem descansar ao pé do rio. Jeff Buckley, sempre desafiante, entra nas águas do Wolf River com a roupa vestida e as botas calçadas, apesar dos receios e avisos de Keith Foti. Num rádio portátil pode ouvir-se «Whole Lotta Love» dos Led Zeppelin. Jeff Buckley entoa em voz alta as letras e brinca com a forma própria de Robert Plant cantar. Keith Foti tenta afastar o rádio para evitar que seja danificado pelas ondas provocadas pelos barcos que por ali passam. Quando se vira, já não vê Jeff. Naquela altura só as luzes da cidade iluminam as tristes águas do Wolf River. A natureza tem estranhas formas de mostrar a sua raiva. O corpo de Jeff Buckley é encontrado seis dias depois. O homem que sabia demasiado acerca da vida e do amor havia sucumbido prematuramente e de forma trágica.
Jeff Buckley cresceu rodeado de música e de músicos. É filho de Tim Buckley, músico folk que abriu os braços ao jazz, que abandonou Jeff quando este tinha ainda poucos meses. A sua mãe, Mary Guibert, era uma pianista e violencelista com formação clássica.Jeff Buckley começou desde cedo a ouvir Led Zeppelin, Jimi Hendrix e The Who, por influência do seu padrasto, e cantava sozinho e com a sua mãe, pela casa. «Primeiro foram os seios da minha mãe e depois a música», conta Jeff Buckley numa entrevista à revista Mojo em 1994. «Toda a minha vida cantei a acompanhar o rádio. A minha mãe, que era pianista e violoncelista, costumava cantar para mim também. Íamos de carro para a escola com o rádio ligado, a tocar coisas melodiosas da Califórnia – Joni Mitchell, Crosby Stills & Nash. Comecei a cantar em encontros de família – o meu padrasto adormecia e a minha mãe ficava envergonhada, por isso – para afastar as atenções – eu cantava todas as canções do Elton John que sabia», recordava.A sua mãe contou que o primeiro disco que Jeff Buckley alguma vez teve foi Physical Graffiti, dos Led Zeppelin. Pouco depois entrava em cena uma guitarra acústica que, supostamente, encontrou no armário da sua avó. Aos 14 anos, Jeff Buckley pediu uma guitarra pelo aniversário e a mãe comprou-lhe uma Gibson Les Paul. A guitarra e a voz passavam a estar no centro das atenções artísticas de Jeff Buckley, mas Mary Guibert contou que a certa altura o filho pensava em ser apenas um guitarrista talentoso, rejeitando a ideia de vir a pegar num microfone, algo que é visto como uma resistência em seguir os passos do pai....


"Grace é uma série de coisas acerca da minha vida que queria colocar num caixão e enterrar para sempre"



Ando confusa.

Não tenho escrito não por ter tempo, não por falta de vontade, mas por a minha vida andar num turbilhão de dados. Tenho todas as cartas do baralho e não sei o que fazer com elas. Como se fosse a jogo, sem saber jogá-lo. Não sei distinguir o que é importante para mim. Não consigo tomar decisões e ...que qualquer uma que tome, nesta fase da minha vida pode ser importante. Ando ansiosa, tenho semanas de total felicidade e outras de patinho feio. 23 anos, acabar o curso, deve ser mesmo assim não é? Coisas novas, coisas que morreram, coisas que não evoluem, coisas que andam para trás.


Ahhh, além de muitos outros, a urgência agora vai para o manual de iniciação a uma pseudo-nada-relação, passo a explicar: a amarguinha até tem jeito para muita coisa, tem desempenho quase brilhante naquelas situações que ninguém gosta e toda a gente tem vergonha mas no que toca aos ínicios, tenho pontos negativos. Perdi o jeito de conhecer alguem pela primeira vez, sinto-me uma miuda (que sei que ainda sou) virgenzinha, com medo de tudo, de estar constantemente a dar passos em falso, não sei o que dizer, não sei o que combinar, não sei até que ponto posso pedir retorno, não sei quando devo telefonar, não sei se tenho o direito de querer respostas, não sei que perguntas posso fazer, não sei uma data de coisas que fazem com que o meu desempenho geral seja assim...medíocre. Sinto que não me dou a conhecer...já nem digo o melhor, mas um bocadinho de mim no qual o feedback não fosse tao pobrezinho. Confesso que as saudades de me poder voltar a apaixonar e da possibilidade concreta de isso acontecer me tiram o discernimento para conduzir o barco a bom porto. Sinto-me estupida e profundamente descrente. Em mim e nos outros.