sexta-feira, setembro 22, 2006

Great Expectations

Se a paixão, sucesso, amizade, retorno têm um papel crucial nas nossas vidas...e isto é incontestável..por que razão tantas vezes tendemos a subvalorizar as nossas expectativas em relação ao quer que seja? Aquela esperança que Y telefone... o querer ganhar mais dinheiro, o tão esperado regresso, os planos para o próximo fim de semana. Às vezes, e sem dar conta, temos medo de enfrentar a imperatividade do "Eu quero". Esta simples frase é assumida como um acto arrogante e egocêntrico, de repente ficamos com os olhos todos virados para nós e um certo ar de indignação, como se a nossa vontade fosse um cavalo no jogo de xadrez, importante, mas não relevante.
Quantas vezes por um motivo ou por outro não ouvimos dizer "não vou criar demasiadas expectativas" ou "o melhor é nem pensar muito nisso". Será que por dizer isto, a queda será menor? Não me parece...Por mim e para mim é a pouca capacidade que temos em lidar com as frustações, como se a ausência destas manifestações nos pudesse desresponsabilizar de alguma maneira. Que hipocrisia...Ter os pés no chão, nunca significou ver sempre o pior cenério possível "porque assim não sofro". Sente-se e ressente-se sempre, independentemente do que se diz ou não! Até porque, em boa parte disto, quem dá as ordens nem é o orgão que as devia mandar...

5 Comments:

Blogger Joana said...

Lembra o Epicurismo/Estoicismo do Ricardo Reis, com a eterna mania de aproveitar apenas o momento presente por ser o que, acredita ele, temos como certo.

"Quando, Lídia

Quando, Lídia, vier o nosso outono
Com o inverno que há nele, reservemos
Um pensamento, não para a futura
Primavera, que é de outrem,
Nem para o estio, de quem somos mortos,
Senão para o que fica do que passa
O amarelo atual que as folhas vivem
E as torna diferentes"

Quando viver assim, sem expectativas, nem planos, nem projectos, bem intencoes (com o fito no futuro, sempre!), é viver pela metade. Nao é viver de todo: é ir sobrevivendo tristemente, ocamente.

Jinhos

5:29 da tarde  
Blogger Izzie said...

As bravas e arrojadas pessoas , como a autora, raramente têm rceios, e quando os têm..fazem deles vitórias :).
Os outros contrariam vontades com medo dos resultados.
Eu não condeno..Por vezes "o orgão que não as toma" sofre demasiado com o risco que correu..
Penso que tudo se resume ao histórico do personagem.

7:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu não te condeno. Longe de mim, foda-se. Eu só me chateio porque, o que eu não quero, sobrepõe-se sempre àquilo que eu realmente quero. Mas eu sou um escroque. Bah.

6:25 da manhã  
Blogger ze pedro abreu said...

faz-nos mal viver ansiosos, faz-te mal viver ansiosa, ninguém melhor do que nós sabe a vontade que temos de vencer... o que é que precisamos? eu diria um humilde egocentrismo...

11:31 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

...se isso faz sentido neste momento... (ainda assim o coração não manda nada...ainda que nós nos deixemos intimidar por ele.....) *

11:13 da manhã  

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