Sempre Rainha

Entre alguns dias de ausência nada de novo. Algumas coisas a acrescentar, mas que só me atrevo a escrevê-las nas entrelinhas, arriscando à frase de hoje à noite ou de amanhã, ou de diversas vezes " Não sei como consegues expor assim a tua vida privada" . Erro. " a tua vida" diz tudo... é minha e portanto faço com ela o que bem entender. Inclusivé escrever aqui as maiores inconfidências e barbaridades, sem black-out, sem receios, criticável...Dona e Senhora das consequências dos meus actos. Afinal é sempre assim ou não é ?

Posto isto, nestes dias que tenho passado neste canto a 2/3 de Portugal, é interessante ver a margem de progressão de dia para dia. Aqui, um dia a mais de Julho faz mesmo a diferença!

Os primeiros sinais estão aí. Já comecei a sair de casa e dou por mim a adoptar o caminho alternativo para ir para a praia.Marginal...esquece! Significa parar em TODAS as passadeiras,(ou seja, de 30 em 30 metros) e deixar passar o menino que perde a bola, o velhinho que não se apercebe que está a provocar filas, ou os veraneantes sequiosos da eminência do pé na areia.

A praia... a Praia da Claridade é o sítio das conversas da noite anterior, dos grupos mais que pré - definidos, ver quem chega novo ou de novo...do "olá tudo bem, não te vejo desde o ano passado" E, só com esta frase se encerra o que poderia ser uma conversa. Com uns assim, com outros nem por isso. A sensação da água gelada, e daquele mergulho com 30ª graus cá fora. O sentir-se observado. Sim, a minha praia tem isso...e como tem... (sempre foi assim, 2006 não tem razão para ser diferente).

A noite já começou, que diferença entre quinta e sexta...já não dá para circular, já não há mesas. Reencontros ou velhos encontros..Haverá diferença? Toda. Prefiro claramente os segundos. Aqui tem-se a estranha sensação que 365 dias depois, o tempo se encerra no Picadeiro. Nada muda. Os mesmos sorrisos, os mesmos olhares, os mesmos conhecidos tão estranhamente desconhecidos. Em toda a evolução/ revolução que se pode sofrer ao longo de um ano, de todos os amores/desamores, aventuras...entre as 2 e as 5 da manhã somos os mesmos da fotografia de há dois, três, alguns mais, anos atrás. Mas ainda é cedo.Falta muita gente , falta a minha gente ainda.

Aguardo, com a certeza que apesar da evolução/ revolução, no fim, é sempre tudo como sempre como dantes, e é tão bom...

De volta a mais um Verão.