Águas de Março

Ainda Março não acabou, já um pé no mês que vem.

É sempre assim, péssimo hábito de antecipar tudo e estar a viver já lá bem mais para a frente. Por agora, dia vinte e um...meia noite e quarenta e cinco, não gosto do meu presente. Uma vez em conversa com a minha mãe, a propósito das minhas regulares saídas nocturnas ela perguntava-me acerca das facilidades de contacto sempre tão proporcionadas, depois de dissertarmos, ela remata com "pois, uma frustração".Vou dormir, é assim que me sinto e não precisei de sair à noite nem de ter um caso de uma noite, quero muito acordar com uma msg que não devia ter mandado.

Mês que vem : dia 3 parto para o Brasil, viagem de finalistas.

dia 22, Estrasburgo, Bruxelas e tudo o que se relacione com a UE, volto no 25 de Abril...estou um bocado reticente em relação a esta, nao me dou especialmente bem com ninguém...e a altura nao é a melhor, mas é de graça, viagem, hotel, almoços e jantares com os nossos deputados europeus :).

Deixo, mais que imortal música, inspiradora letra :

É o pé, é o chão, é a marcha estradeira

Passarinho na mão, pedra de atiradeira

É uma ave no céu, é uma ave no chão

É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho

No rosto o desgosto, é um pouco sozinho

É um estrepe, é um prego, é uma conta, é um conto

É uma ponta, é um ponto, é um pingo pingando

É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando

É a luz da manhã, é o tijolo chegando

É a lenha, é o dia, é o fim da picada

É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projeto da casa, é o corpo na cama

É o carro enguiçado, é a lama, é a lama

É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã

É um resto de mato, na luz da manhã

São as águas de março fechando o verão

É a promessa de vida no teu coração

Ellis Regina, Tom Jobim