Momento KoDaK
A maioria das pessoas adoraaaaaa fotografias. Estar com a máquina na carteira para algumas pessoas tornou-se tão quotidiano como ter um pacote de lenços ou o maço de tabaco. O tudo e a maior parte das vezes o nada é motivo para foto. No meu ponto de vista, o maravilhoso poder da fotografia de desencadear lembranças pode estar em perigo. Com a avalanche de fotos digitais, é raro uma imagem atingir esse resultado. Usa-se e abusa-se do poder da máquina digital, tudo está à distância do Delete e de uma melhor imagem. Quando se tem centenas de fotos onde se costumava ter uma só, é menos provável que as pessoas retornem a elas,já não há aquela coisa da expectativa de ir revelar as fotos das férias, do jantar de ontem, daquela tarde fantástica...A fotografia tornou-se uma coisa banal, quando olho para as fotografias da minha infância e de à não muitos anos atrás, reparo que não é preciso registar todos os momentos, é desnecessário e excessivo.É a competição para ver quem tira a foto mais gira, com todos os efeitos e os pixels que aquele pequeno objecto encerra sobre si. Falando por mim, adoro fotos, nao fujo à regra, adoro momentos. Não quero ser pretenciosa ao ponto de achar que são só os outros é que o fazem. Sou a primeira a dizer para levarem máquina, por que a maior parte das vezes nem me lembro de ser eu a levá-la. Contudo não quer dizer que não critique um pouquinho este comportamento dos últimos anos. Às vezes dou por mim a olhar para fotos que não fazem qualquer sentido, seja por quem está presente, seja pelo seu contexto. È totalmente estranho olhar para uma foto, que afinal está ali, e senti-la completamente deslocada, desadequada, inapropriada. Queremos imortalizar momentos, parar o tempo naquele segundo do flash, e muitas vezes não pensamos no sentido que aquilo terá dali a uns tempos. Pode ser o amigo que já não vemos à muitos anos, paisagens irrepetíveis, amores que se perderam, familía que já não existe, ver a mãe grávida ou o nosso primeiro banho.Que piada teria se dessas que temos um exemplar único corroído pelo tempo houvessem às dezenas?Adoro olhar para velhas fotograficas,sentir-lhes o cheiro, lembrar-me de como me sentia quando as tirei.Não há o apagar, não há o ficar mal na foto. O que está, está e ficará.
A vantagem da digital é que afinal está tudo à distância de um Delete.Pena algumas coisas não serem assim também..
2 Comments:
Eu sou aquele que nunca leva máquina nenhuma. A que tenho não cabe num bolso e mala também não tenho. Há noites em que tiro 500 fotos e acabo por não ver nem uma. E é verdade... Tenho gigas e gigas de fotos. Aquelas que realmente me fazem pensar e relembrar são ficam-se nas poucas dezenas. E esqueceste-te de falar dos telemóveis... É assim a vida.
Como já te disse numa outra oportunidade, é apreciavel a não exclusao aquando da critica. Parabens. Quanto ao teor propriamente da mensagem, penso que os ditos momentos que se querem registar são infelizmente excessiamente os mesmos. Essa realidade é tão mais observavel quanto se conseguem ver variadissimas fotos praticamente iguais. . . o que conta é a intenção!=)
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