sábado, junho 02, 2007

Too young too hold on...too old to just break free and run..


Era para ter publicado este post a semana passada, na data certa de 29 de Maio. Não vou dizer que o conheço desde miuda, porque nem sequer sou a maior fã, até porque odeio esse conceito...quando o comecei a ouvir, nem sequer sabia que ele tinha morrido e muito menos em 97. Aliás, a minha vida em 1997, resumia-se a muito pouco de interessante, talvez o único facto de destaque tenha sido ter-me vindo o periodo pela primeira vez naquele dia quente de sardinhada em casa da avó. Tava com uns calçoezinhos muito, muito curtos ( como agora se usa outra vez) xadrez azul bebé e brancos com uma tshirt azul turquesa justa, quase sem mamas, já com soutien.

Mas quando ouvi o Forget her, posso dizer que foi paixão instantânea..daí para Mojo Pin, Grace, entre muitas outras foi um saltinho e claro,... talvez Lover, you should've come over seja, das melhores composições que já se fizeram. Eu sou suspeita e por isso acho mais que justo que a biografia deste miúdo aqui esteja.

Gosto dele, porque deveria ser meio desiquilibrado, muito ao meu jeito...


O calendário marca o dia 29 de Maio de 1997. O cenário é a cidade de Memphis. Jeff Buckley e Keith Foti, amigo e roadie, caminham em direcção a um estúdio onde têm encontro marcado com a banda (que se encontra precisamente neste momento num avião em direcção à cidade no estado do Tennessee). Ao aperceberem-se que estão perdidos, os dois decidem descansar ao pé do rio. Jeff Buckley, sempre desafiante, entra nas águas do Wolf River com a roupa vestida e as botas calçadas, apesar dos receios e avisos de Keith Foti. Num rádio portátil pode ouvir-se «Whole Lotta Love» dos Led Zeppelin. Jeff Buckley entoa em voz alta as letras e brinca com a forma própria de Robert Plant cantar. Keith Foti tenta afastar o rádio para evitar que seja danificado pelas ondas provocadas pelos barcos que por ali passam. Quando se vira, já não vê Jeff. Naquela altura só as luzes da cidade iluminam as tristes águas do Wolf River. A natureza tem estranhas formas de mostrar a sua raiva. O corpo de Jeff Buckley é encontrado seis dias depois. O homem que sabia demasiado acerca da vida e do amor havia sucumbido prematuramente e de forma trágica.
Jeff Buckley cresceu rodeado de música e de músicos. É filho de Tim Buckley, músico folk que abriu os braços ao jazz, que abandonou Jeff quando este tinha ainda poucos meses. A sua mãe, Mary Guibert, era uma pianista e violencelista com formação clássica.Jeff Buckley começou desde cedo a ouvir Led Zeppelin, Jimi Hendrix e The Who, por influência do seu padrasto, e cantava sozinho e com a sua mãe, pela casa. «Primeiro foram os seios da minha mãe e depois a música», conta Jeff Buckley numa entrevista à revista Mojo em 1994. «Toda a minha vida cantei a acompanhar o rádio. A minha mãe, que era pianista e violoncelista, costumava cantar para mim também. Íamos de carro para a escola com o rádio ligado, a tocar coisas melodiosas da Califórnia – Joni Mitchell, Crosby Stills & Nash. Comecei a cantar em encontros de família – o meu padrasto adormecia e a minha mãe ficava envergonhada, por isso – para afastar as atenções – eu cantava todas as canções do Elton John que sabia», recordava.A sua mãe contou que o primeiro disco que Jeff Buckley alguma vez teve foi Physical Graffiti, dos Led Zeppelin. Pouco depois entrava em cena uma guitarra acústica que, supostamente, encontrou no armário da sua avó. Aos 14 anos, Jeff Buckley pediu uma guitarra pelo aniversário e a mãe comprou-lhe uma Gibson Les Paul. A guitarra e a voz passavam a estar no centro das atenções artísticas de Jeff Buckley, mas Mary Guibert contou que a certa altura o filho pensava em ser apenas um guitarrista talentoso, rejeitando a ideia de vir a pegar num microfone, algo que é visto como uma resistência em seguir os passos do pai....


"Grace é uma série de coisas acerca da minha vida que queria colocar num caixão e enterrar para sempre"


1 Comments:

Blogger Little Miss Starlight said...

Também gosto muito de Jeff Buckley - "Grace", "Everybody here wants you", "Lover, you shouldn't come over", "Last goodbye", etc. etc... Mas confesso que aquela que mais mexe comigo é sem dúvida "Hallelujah" - "And it's not a cry that you hear at night,
it's not somebody who's seen the light, it's a cold and it's a broken hallelujah...". É fantástico! Se bem me lembro descobri Jeff Buckley em 1999, precisamente no ano em que o acontecimento mais importante foi sem dúvida a minha entrada para a universidade... :)*

7:33 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home